sábado, 2 de agosto de 2008

Ídolo nada óbvio

Sempre tive uma relação de muito respeito com meus ídolos do esporte, e talvez por isso fique tão bravo com alguém que fale mal de Gustavo Kuerten, ou de Ayrton Senna, por exemplo. Ultimamente, meu único ídolo na ativa é o chileno Valdivia, jogador de muito talento do meio de campo palmeirense. Sempre busquei entender o porquê de gostar de um cara que eu nunca vi pessoalmente na vida. Nessa semana cheguei à conclusão, o ídolo é muito mais do que ele rende em campo. O ídolo é aquele que possui atitudes parecidas com as quais você tomaria. No meu caso gosto de Valdivia por ele agir de uma forma diferente de todos os outros jogadores, ele é aquele caso clássico que foge da regra comum. Valdivia é irreverente, gosta de fazer piadas sobre qualquer assunto, é humilde e meio louco da cabeça com seu antigo cabelo comprido balançando ao vento. Por isso é tão difícil ter um ídolo no esporte, o cara não apenas tem que ser bom de bola, mas também ter personalidade, coisa pouco visível no futebol burocrático e sem vida de hoje. Falta aos jogadores mostrarem seus pontos de vista sobre os mais variados assuntos envolvendo sua equipe, e não apenas repetir frases fadadas ao senso comum. Falta mais irreverência, mais alegria, mais provocações, tranformando o futebol brasileiro (antigamente tão rico em casos folclóricos) em algo para inglês ver. E é aí que entra Valdivia. Obrigado pelos seus dribles, pelos seus gols, e principalmente, pelas suas piadas.

sábado, 26 de julho de 2008

O paradoxo gaúcho

Existem coisas no futebol que são muito difíceis de explicar, e uma delas é o Grêmio de Porto Alegre. Posso citar aqui vários episódios estranhos envolvendo o tricolor gaúcho, desde a conquista do campeonato mundial de 1983 com um time contando com muitos jogadores notadamente limitados, até a lendária partida no Aflitos contra o Náutico em 2004, quando o Grêmio subiu para a primeira divisão com apenas sete jogadores em campo. Mas vamos tratar do presente, quem iria querer atletas como Tcheco, Paulo Sérgio ou Marcel no seu time? Sem contar os outros vários jogadores que não seriam nem reservas na maioria dos grandes clubes brasileiros. Mas ai que está!! No Grêmio eles jogam, e muito. A equipe já é líder do campeonato brasileiro jogando um belo futebol, no comando do contestado (e burro, orelhudo, corno etc., segundo várias torcidas) Celso Roth. O que acontece com essa equipe do sul do país? Difícil explicar com palavras, mas o time gaúcho possui uma mística diferente dos outros times brasileiros, talvez devido à proximidade do estado do Rio Grande do Sul com nossos vizinhos argentinos e uruguaios. A camisa gremista transmite alguns fluídos que certamente não são habituais. E amanhã o estádio Olímpico estará lotado novamente, presenciando mais uma vez o milagre do futebol.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Pelo futebol! Pela companhia!

Qual é a melhor coisa para se fazer em uma tarde de domingo monótona e ensolarada? Pode haver divergências, mas com certeza três respostas seriam muito freqüentes: conversar com os amigos, beber uma cerveja ou assistir a um belo jogo de futebol pela TV. Há algumas semanas atrás tive a oportunidade de matar três coelhinhos com uma tacada só. E lá estava eu, palmeirense convicto, junto com outros três amigos, infelizmente são-paulinos, acompanhando o tradicional clássico paulista em um simpático barzinho da cidade. Não demorou muito para os “Ei, cara, e como anda a faculdade?” serem trocados pelos “Corre pra bola Jéci! Parece que ta jogando com calça jeans” ou pelos “Porra, Dagoberto chuta pior que a minha avó fazendo almoço”, sem contar as outras variedades poéticas de xingamentos proporcionadas pela já mencionada cerveja. A bola roda na tv com a mesma velocidade que comentários maldosos sobre outras pessoas aparecem na já citada mesa de amigos. Em campo, o São Paulo dominou a maior parte do jogo, com a já conhecida tática são paulina de levantar bola na área e se fechar muito bem atrás, o que proporcionou ao time tricolor os dois gols da vitória, e aos meus amigos vários minutos ininterruptos de chacotas. Após a partida, eu e um amigo decidimos ficar para acompanhar e secar o Flamengo no clássico carioca contra o Vasco. Maracanã lotado, liderança em jogo...mas quem disse que o jogo nos prende a atenção? Com apenas 15 minutos do primeiro tempo, nem olhávamos mais para a TV, o papo rolava solto: mulheres, festas, viagens, política, mas claro que com um tempinho disponível pra comemorar o gol vascaíno.....e depois dizem que futebol não serve para nada.